Bert Hellinger, aos 92 anos, constelou sua relação com a mãe, era importante olhar para esse amor com mais leveza. Trago para você, a carta que ele escreveu para a mãe, reconhecendo e honrando tudo que ela foi, tudo o que ofereceu e quanto de si entregou ao filho. Leia com um olhar amoroso...
“Querida mamãe,
Você é uma mulher completamente comum, como outras mulheres, milhões de mulheres também o são, e eu a amo como uma mulher totalmente comum. E porque você foi uma mulher totalmente comum, você amou o meu pai, e ele também foi muito comum, e assim vocês se envolveram como homem e mulher. Se amaram como homem e mulher. Como muitos milhões de homens e mulheres. E eu fui gerado através do amor de vocês. Como fruto do desse amor. Um amor muito comum, como um homem e uma mulher se amam.
Então vocês esperaram na gravidez, por mim com esperança e também com um certo medo... iria dar tudo certo? E aí eu nasci, através da sua dor minha mãe. Como outras mulheres também têm os seus filhos. Como a natureza prescreveu. Então, eu nasci, e vocês olharam para mim e ficaram admirados. É esse o nosso filho? Então vocês se olharam nos olhos e disseram: ‘Sim, é o nosso filho, e nós somos os pais dele’. E vocês me deram o seu nome, e disseram para todas as pessoas: ‘Esse é o nosso filho. Ele nos pertence’. Então vocês cuidaram de mim por muitos e muitos anos. Vocês sempre se preocuparam comigo, como eu estaria e também o que eu poderia precisar, e então vocês lá estavam para mim. Como muitos outros milhões de pais estão para os seus filhos.
E, depois, como vocês eram tão comuns, vocês cometeram erros e algumas coisas causaram-me dor. Mas, porque vocês cometeram erros, eu pude crescer. Pude tornar-me como vocês. Eu agradeço que vocês tenham sido tão comuns e dessa forma eu os amo do jeito como vocês foram. Do jeito que vocês foram, vocês foram os pais certos para mim.
E agora, querida mamãe, eu preciso dizer-lhe uma coisa muito importante: - Eu a liberto de todas as minhas expectativas que ultrapassem tudo aquilo que possa ser esperado de uma mãe. Ninguém fez mais por mim do que você. E foi muito mais do que o necessário. E assim eu a amo querida mamãe."
Bert Hellinger
Para você, deixo a mesma sugestão: escreva uma carta para sua mãe! A carta nunca será entregue e nem lida por ela ou outra pessoa, simplesmente será escrita e, nesse movimento de amor e reflexão, você vai encontrar o amor da sua mãe. Um amor genuíno e verdadeiro, um amor honesto, que aconteceu da melhor forma que podia e nas condições que tinha, um amor que conseguiu te nutrir, proteger e deixar viver. É valioso e único, mas jamais perfeito e, nisso, repousa sua grandiosidade. É um exercício terapêutico e sistêmico.
Um abraço
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